Lectio Divina (Eclo 40,29-32): mendigar ou fazer o pão?


A Lectio de hoje vem nos alertar sobre a vida de mendigar.

O que seria mendigar? Antes de adentramos nos versículos, possamos trazer para os nossos dias. Nisso, encontramos dois lados de uma mesma moeda. O primeiro lado, trata-se dos mendigos na rua, que pedem para os outros um sustento, uma necessidade ou algo para suprir os vícios. Por outro lado, temos a inveja. O pedir o que o outro tem por não o ter conseguido pelas próprias forças.

No primeiro versículo, o Senhor nos pede, chamando de filho, que não levemos uma vida de mendigo, pois mais valeria morrer do que mendigar. Se olharmos para o segundo lado da moeda, mendigar seria uma forma de subtrair do outro aquilo que se quer. É sabido que existem pessoas que não conseguiram, por um motivo ou outro, crescer na vida e se acostumaram com a vida de pedir na rua. Particularmente não acho certo dar dinheiro, mas uma comida, água, algo que supra a necessidade daquela pessoa, não há problema. Mas o que ela precisa mesmo é de uma palavra que a encoraje a lutar por algo melhor, a crescer na vida, a procurar estudos, dentre outras coisas. Não vale a pena ter uma vida de mendigo, pois nunca se sabe quando se tem e quando não se tem alimento.

No segundo versículo, o autor sagrado da uma enfase no segundo lado da moeda, mostrando que quem vive de olhar para a mesa do outro e deseja-la, não vive porque está preso a uma obsessão viciosa, que o põe numa posição de incapacidade que o faz não lutar pelo próprio alimento, mas pedir de quem o tem, de quem lutou para conseguir.

O terceiro versículo diz que o homem educado se acautela contra isso. Ou seja, o autor nos mostra que a educação é que faz com que as pessoas não vivam uma vida tão arrastada e sem compromisso com os próprios sonhos.

Por fim, a palavra de hoje vem nos mostrar que, para o insensato, a coisa mendigada na boca é doce, mas nas suas entranhas, amarga. Ou seja: por um breve momento, pode aquilo ser bom ao paladar. Mas depois vem as aflições da alma, que insiste em acusar aquela pessoa de que ela é incapaz e de que precisará voltar a pedir a coisa mendigada para sentir mais uma vez o doce na boca. Essa descrição lembra bastante o vício, onde se precisa busca-lo periodicamente, senão, a pessoa perece.

Peçamos a Deus a graça de ajudar os necessitados, mas também de observar quem está ali porque se acomodou e a coragem de exortar esta pessoa. Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.

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