Lectio Divina (Eclo 27,16-24): Confiar e ser confiável


O tema central da lectio de hoje é a confiança dentro de uma amizade.

Que tipo de pessoa somos? A que tagarela aquilo que nos confiam, ou a que guarda para si o que foi confiado e só o põe em diálogo a quem confiou? Logo no primeiro versículo o autor sagrado diz que quem revela um segredo íntimo, destrói a confiança e nunca mais encontrará um amigo íntimo. E ainda aconselha que se revelamos os segredos de alguém, melhor nem ir mais atrás dessa pessoa, pois já a perdemos.

O autor sagrado compara a perda de uma amizade por traição, por revelação de segredos, como perder alguém pela morte. Por um lado, precisamos ter cuidado com nossos segredos, não revelando eles a qualquer pessoa. Por outro, precisamos ser esse amigo que não revela coisas íntimas de uma pessoa a terceiros. Isso é reciprocidade, é fazer aquilo que esperamos de uma pessoa.

O autor compara também um amigo que teve seu segredo revelado a um pássaro e uma gazela, que fogem assustados dos seus algozes. Contar um segredo a um linguarudo é o mesmo que se tornar escravo e/ou prisioneiro dele. O escravo foge como uma gazela e o prisioneiro, como um pássaro de uma gaiola.

É possível perdoar uma pessoa pelos males que ela fez, porém uma vez que revelou segredos, é muito difícil confiar de novo.

Por fim, o autor mostra que devemos nos afastar de quem planeja a maldade, pois na frente de você ele fala muito bem de você, mas pelas costas, usa aquilo que você disse contra você mesmo, rebaixando-o. A falsidade é algo detestado pelo Senhor, segundo o autor sagrado, o nosso Pai não gosta que sejamos falsos e/ou que não saibamos guardar um segredo de uma amigo.

Peçamos a Deus essa graça de sermos amigos, de sermos de confiança, mas também a de saber escolher os nossos confessores, nossos diretores, nossos conselheiros, enfim, amigos. Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.

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