Lectio Divina (Eclo 27,11-15): Vivendo e aprendendo


Logo no primeiro versículo da lectio de hoje, podemos observar a comparação entre o homem fiel, que sempre fala com sabedoria, e o infiel, que é insensato, muda como a lua. De fato nós podemos perceber na vida que as pessoas corretas, que buscam o que é certo, não são pessoas mutáveis, que num dia tem uma convicção e no outro dia, muda completamente o que pensava. É perigoso se envolver com uma pessoa mutante, pois o risco de nos machucar é imenso. Por outro lado, ser uma pessoa mutante pode afastar os amigos e trazer solidão.

O que é mais importante? Aprender da sabedoria ou da insensatez? Por isso o autor sagrado nos dá o conselho de nos demorar perante os sábios, mas medir o tempo que ficaremos com os insensatos. Quanto mais ouvimos e pomos em prática as palavras de sabedoria, mais rapidamente teremos uma qualidade de vida melhor. Enquanto o conselho dos infiéis, dos mutantes insensatos, nos levam à ruína, nos colocam em perrengues e constrangimentos.

Logo no versículo 13, o autor sagrado bem dizer cita um exemplo do que sai da boca de um insensato: orgias de pecado. Quem nunca viu um homem ou uma mulher viciados por sexo? Que de dez palavras, nove são orgias? Estes são os insensatos, que vivem uma vida desvairada. Uma boa conversa multiplica a amizade. Um assunto sadio, que fale sobre as coisas boas do mundo e do universo, são deleites para os ouvidos.

Outra característica que o autor sagrado aponta é os juramentos. O insensato vive jurando, possivelmente para embasar seus questionamentos, suas palavras que caem no chão como chumbo insuportável. Suas discussões são tão tolas e sem noção, que ninguém aguenta ouvir, quer logo tapar os ouvidos ou desconversar o assunto. Há quem aguente as más palavras pela amizade ou pela afinidade familiar, mas é preciso filtrar isso em nossas mentes.

Por fim, o autor sagrado termina a lectio dizendo que a briga dos orgulhosos faz derramar sangue, e os insultos que eles fazem machucam os ouvidos. De fato, essa é mais uma característica do insensato. O orgulho faz a pessoa dizer coisas que não deveria dizer, ou até agredir com violência quem está falando a verdade. Vi vários casos de pessoas que, por terem tido suas falácias desmascaradas, perderam a razão e agrediram a pessoa que falava. Claro que, em contrapartida, existem pessoas que são taxadas de mentirosas por gente que não tem o que fazer e, às vezes, a pessoa não está em um bom dia e, de tanto chamarem ela de mentirosa, ela se enfeza e perde o controle.

Peçamos a Deus a graça do autocontrole, da sabedoria, da palavra de sensatez. Peçamos ao Senhor que sua sabedoria seja derramada em nós, para que sejamos instrumentos do bem na vida dos outros. Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.

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