Lectio Diária (Eclo 19,4-17): Cuidados com as palavras compartihadas.


A palavra de hoje vem trazer algo bastante atual. Algo escrito há mais de dois mil anos atrás se repete, inclusive, através de novas tecnologias.

A confiança é algo que não devemos dar a alguém depressa, mas de maneira gradual. Já ouvi várias histórias de pessoas que conheceram alguém pela internet e caíram em uma armadilha. A medida que provamos aquela pessoa no dia a dia é que conseguimos ver o quão podemos confiar nela. Por outro lado, aquele que recebe confiança e peca, prejudica senão a si mesmo, que não será mais digno de confiança.

Quem sente prazer na maldade, não é de Deus. Vive uma vida desvairada e sem sentido. Por isso, é condenado como o joio o foi, ou mesmo os cabritos, como podemos ler nas parábolas de Jesus.

Muitas pessoas perdem tempo em dizer coisas inúteis, que não ajudam ou não servem para nada. Tagarelam sem parar e quem fala demais, acaba falando o que não deveria falar, acaba pecando com as palavras. Pessoas assim falam demais porque tem uma necessidade de aparecer, de serem vistas como conhecedoras de tudo. Normalmente elas espalham boatos, que são mentiras. Gostam de espalhar o que veem sem verificar. Isso acontece muito nos dias de hoje nas redes sociais, onde inúmeras pessoas se dão ao infortúnio de compartilhar mentiras e falácias.

A palavra de Deus vem nos dizer para não contar nada ao amigo ou ao inimigo, a não ser que o fato seja cúmplice do silêncio. O que significa ser cúmplice do silêncio? Significa que o fato morrerá ali, naquela conversa. O silêncio é cúmplice do fato dito. Caso a pessoa saia compartilhando mentiras, logo chegará o dia em que ninguém confiará mais nela.

O autor sagrado é bem enfático quando diz que se ouvirmos algo, que morra conosco. Muitos não conseguem guardar um segredo e já vão dizendo a outras pessoas, mas o correto é guardar o segredo daquela pessoa que confiou a você.

Qual a melhor maneira de saber a verdade? As escrituras nos apontam para a fonte. Se alguém fala mal de um amigo, perguntemos a esse amigo se é verdade o que estão dizendo sobre ele. A fofoca é um pecado da língua, porque o inimigo de Deus usa as nossas palavras para as trevas. Por isso não podemos acreditar em tudo o que se diz, mas sim precisamos confirmar na fonte a veracidade do fato. as vezes foi só um erro que a pessoa cometeu, escorregou e se arrependeu. Porque espalhar um mal onde a pessoa se arrependeu de tê-lo feito?

O autor sagrado ainda questiona quem nunca pecou com a língua. Por isso, precisamos ser dosados nessa questão da língua. Nem devemos ser tagarelas, nem devemos julgar as pessoas tagarelas. O julgamento pertence a Deus. A nós, resta rezar por essas pessoas e pedir a Deus que dê a graça e a sabedoria do silêncio, além de pedirmos tal graça também para nós mesmos.

Peçamos a Deus que nos ajude a observar Sua lei, verificando os fatos contados, não espalhando boatos e não julgando sem antes verificar a verdade. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado!

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