As dimensões do tempo

De que adianta se preocupar com o que passou, ou mesmo com as coisas que ainda não aconteceram? Os tempos passados são lembranças de coisas boas e ruins, das vezes que fizemos ou deixamos de fazer a vontade de Deus em nossas vidas. E os tempos futuros são aspirações do corpo e da alma, do que precisamos ou não fazer para nós e para Deus.
Olhe uma foto da sua casa há dez anos, e compare com o que ela é hoje. Melhorou ou piorou? Percebemos que em alguns aspectos ela pode ter melhorado, em outros, não. Assim é o nosso passado, melhoramos em alguns aspectos, em outros ainda estamos na batalha da mudança, e é nisto que hoje, agora, podemos firmar o proposito de tentar ser diferente.
Olhe para a sua agenda, veja o que você marcou para o dia de amanhã, ou mesmo para hoje mais tarde. Você tem certeza que conseguirá fazer tudo? Nós podemos até visualizar com nossa imaginação o futuro acontecendo, mas isso não passa de cheiros de comidas que ainda nem foram colocadas na panela para cozinhar... Não sabemos nem qual será a refeição, que dirá seu cheiro e sabor...
Jesus nos contou certa vez a seguinte parábola:
Havia um homem rico cujos campos produziam muito. E ele refletia consigo: Que farei? Porque não tenho onde recolher a minha colheita. Disse então ele: Farei o seguinte: derrubarei os meus celeiros e construirei maiores; neles recolherei toda a minha colheita e os meus bens. E direi à minha alma: ó minha alma, tens muitos bens em depósito para muitíssimos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Deus, porém, lhe disse: Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma. E as coisas, que ajuntaste, de quem serão? Assim acontece ao homem que entesoura para si mesmo e não é rico para Deus. (Lucas 12, 16a-21)
O homem da parábola, claramente preocupado com seu sustento futuro, quis ajuntar para si. Não quis a partilha, não quis o sustento providencial; mas quis pelas próprias forças saciar as suas necessidades.
Será, então, que é o fim? Que não podemos marcar nada? Não podemos ter nada? Não podemos nem sequer sonhar, já que o futuro é a morte, e hoje mesmo pode ser que prestem conta de nossa alma?
Veja o que Jesus nos fala logo após a parábola:
não andeis preocupados com a vossa vida, pelo que haveis de comer; nem com o vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Considerai os corvos: eles não semeiam, nem ceifam, nem têm despensa, nem celeiro; entretanto, Deus os sustenta. Quanto mais valeis vós do que eles? Mas qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida? Considerai os lírios, como crescem; não fiam, nem tecem. Contudo, digo-vos: nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles. Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações. Porque os homens do mundo é que se preocupam com todas estas coisas. Mas vosso Pai bem sabe que precisais de tudo isso. Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. (Lucas 12, 22b.24s.27.29ss)
Olha como agora temos uma clareza do que Deus nos propõe. "Buscai antes meu Reino, filhinho, é nele que você se sustentará, e todo o resto, todas as tuas necessidades, estarão em minhas mãos".
O futuro é uma grande obscuridade, e como muitos pregadores já disseram: à Deus pertence. Por isso, de que adianta ficar matutando, e moendo, o que pode ou não acontecer? De que adianta tomar a atitude do homem e, no seu egocentrismo, planejar juntar suas riquezas para que possa viver sua vida no luxo, esquecendo-se do pobre?
De que adianta ter o que não é nosso?... Será que tendo em minhas mãos o que não é meu não vai faltar na mesa de outra pessoa? Será que Deus mesmo não sabe o que nos pertence e o que não nos pertence? Será que Ele não dá em abundância a uns e a outros não para que vivamos a partilha, e o milagre da multiplicação aconteça?
O versículo que acho mais forte e que tem me acompanhado durante meu processo de conversão é este:
Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo (Lucas 12, 31)
Não é possível que vivendo esta promessa, nossos olhos não verão a glória de Deus agindo.
Será que não era somente isso que te faltava para deixar a zona de conforto e crescer na vida espiritual e física? Será que era esse passo importante que você precisava dar para ver o mar se abrir na tua frente, o passo da entrega de si à providência divina?

Um abraço a todos. Fé em atitude, meus leitores queridos!

Comentários