Soneto

Não quero ser mais o meu desejo.
O que me neguei ou me foi vedado.
Não quero ser aquele de olhos tristes
Pensando no que se foi, frustrado.

Não quero ser o que magoa ou o
Que se sente todo tempo magoado.
Não quero me reconhecer no espelho
Velho, sem esperança ou cansado.

Quero o sol da manha de um dia sem planos
Entregando cada um dos meus sonhos,
Colhendo bênçãos e risos ao longo dos anos.

Quero não querer apenas, deixando na curva
Desta estrada tantos tristes desenganos.
Aí sim dançarei como criança inocente na chuva.


(Augusto Cezar, banda DOM)
Twitter: @AugustoCezarDOM

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