O que queremos?


Queremos que o outro seja igual a nós. Queremos que o outro tome as mesmas decisões e escolhas. Forçamos a barra, dizemos para a pessoa tentar mais uma vez a seguir um caminho que nem sequer pertence a ela, mostrando imagens distorcidas de sua identidade.

Mas chega uma hora que a medida estoura, que a vontade é de cavar um buraco e se esconder lá dentro, pois poucos ali entendem o seu coração. Você é julgado e condenado por coisas que você não é, nem foi e, com a graça de Deus, nunca será.

As vezes eu acho que estamos vivendo um tempo tão difícil de insensibilidade, que só Deus entende um coração e suas decisões e só na sombra de sua cruz é que encontramos o consolo necessário.

A minha esperança é saber que Deus não é só misericórdia, mas também justiça. São os dois princípios básicos da divina providência. Pois a quem maltrata, cabe a justiça e a quem é maltratado, cabe a misericórdia.

Além do mais, o Senhor como Pai amoroso nunca nos deixa sozinhos. Sempre tem alguém que o Senhor dá a graça de entender o seu coração e suas lutas. Isso também é esperança e consolo.

A nós, cegos que não entendemos nada (em comparação à imensidão do universo), cabe apenas o perdão e a misericórdia. Quem não sabe compreender o outro e perdoar, está longe da misericórdia. Reza um "pai nosso" falso, dizendo com a boca "perdoa as nossas ofensas como perdoamos a quem nos tem ofendido", mas com a mente diz "perdoa as nossas ofensas, mesmo que nunca tenhamos perdoado a ninguém".

É preciso sair do lugar comum, levantar-se e fazer diferente do que o mundo prega. E quando eu digo "o mundo", digo das pessoas mundanas, que agem pelo egocentrismo de querer que tudo gire ao seu redor. É preciso ir para a periferia, não só das cidades, mas da existência, e cumprir o nosso chamado, intrinsecamente ligado à nossa identidade.

Eu penso que quem vive a gratidão e para de reclamar, não erra. Assim façamos, com a ajuda do Espírito Santo. Amém!

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