Lectio Divina (Eclo 37, 16-26): A sabedoria nas palavras


Hoje a lectio vem nos tratar da verdadeira sabedoria.

Em que consiste a sabedoria? De que forma podemos agir de maneira sábia? É a palavra o princípio de qualquer obra e, por isso, é preciso refleti-la. O que acontece com uma palavra mal pensada e mal calculada? Ela fere corações. Claro que às vezes não estamos bem e, nestas condições, temos dificuldade de calcular as palavras. Por mais que se diga algo para o bem, um ou outro verão de maneira negativa e precisamos, no mínimo, pedir perdão a essas pessoas. Ser cristão é pedir perdão por um erro que você não cometeu. Jesus fez isso naquela cruz. Ele não tinha culpa, nem pecados, mas pediu perdão pelos seus algozes.

A raiz dos pensamentos é a mente. É de lá que vem coisas boas e coisas ruins. De lá que pode vir o bem ou o mal, a morte ou a vida. Mas estes pensamentos são controlados pela língua. Se não dizemos algo que estamos pensando, ninguém saberá a não ser Aquele que sabe todas as coisas. Por isso precisamos refrear nossa língua. E, permitam-me dizer, nossas escritas nas redes sociais e mensageiros instantâneos. Hoje em dia não é somente a língua que refreia as palavras, mas nossos dedos. A tecnologia deu este poder a eles, então precisamos filtrar todas as palavras que saem de nós, independente do método utilizado. Como Jesus diz, o que sai de nós é que nos torna impuros, não o que entra.

Logo após, o autor sagrado mostra alguns tipos de “sábios”.

Existem os que são capazes de instruir muitas pessoas, mas é inútil para si mesmo. Elas conseguem facilmente cativar uma multidão com suas palavras, mas no escuro do seu quarto não sabe refrear as palavras, suas emoções.

Existem os que ostentam sabedoria, mas, como falam sempre a verdade, são detestado por muitos e morrem de fome. Ninguém gosta de ouvir a verdade nua e crua. É preciso vesti-la, cosinha-la, torná-la apresentável. Infelizmente vivemos num mundo onde falar a verdade virou crime. Mais um motivo para ter cuidado com o que se diz. De repente, poderíamos imitar Jesus e falar em parábolas, para que eles ouvindo, não entendam e assim não cause maiores confusões e, ao mesmo tempo, não nos tornemos cúmplices do mal que eles cometem.

Porém, não foi este o sentido que o autor sagrado nos diz. Ele quer dizer que a estes o Senhor os destituiu de sua graça, pois se mostram doutores, querem, ser maior do que os outros. Não é a sabedoria pela sabedoria, mas sim pela ganância. Se for este o caso, então faz sentido que muitos os odeiem.

Existe também quem é sábio só para si. Ele guarda para si mesmo os frutos de sua inteligência. Mas será que está pessoa está fazendo o que é correto? Depende da situação. Como pudemos refletir no começo desta lectio, existe momentos de calar e de falar. Se em todos os momentos o homem sábio se cala, então existe algo errado aí. Mas, se ele fala e cala nos momentos oportunos, então a graça de Deus estará com ele.

Sim, o sábio precisa instruir o seu povo e a graça de Deus estará com ele. Todos confiarão nele. Todos os que o vêem o chamam de feliz. Pois a sabedoria é um deleite para a alma, que dá força e ânimo. O povo inteiro pode durar por incontáveis gerações, mas um homem tem uma vida, apenas. Porém, se o sábio for reconhecido pelo povo, seu nome será lembrado por um tempo que não se pode medir.

Peçamos a Deus a graça de empreender sabedoria em tudo o que fizermos na vida. Que o Espírito Santo nos auxilie a frear a língua e a dizer ou escrever coisas construtivas. Louvado seja o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.

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