Lectio Divina (Eclo 20,24-31.): Precisamos usar nossos dons para o bem.


Hoje o escritor sagrado vem falar sobre a mentira, a justiça e a sabedoria. São três coisas importantes para se viver segundo a graça de Deus e que precisamos buscar em nossas vidas.

Ele começa dizendo que a mentira é uma mancha infame, ou seja, uma mancha que não tem boa fama. De fato, quem teria coragem de ouvir o mentiroso e acreditar nele? Quem perderia tempo com uma pessoa que mente sobre a realidade?

O mentiroso incorrigível é pior do que um ladrão, embora ambos terão o mesmo destino. De fato, mentir é roubar a verdade das pessoas e isso pode causar consequências inimagináveis. Uma pequena mentira pode matar, ou pode salvar. Por exemplo um assassino que vem atrás de um familiar seu. Você vai dizer que ele está em casa ou que viajou para o interior e não tem previsão para voltar? Nossa amada igreja, através das escrituras sagradas, chegaram à conclusão de que existem os pecados veniais e os pecados graves. Mentir para salvar uma vida é venial, enquanto que mentir para matar é grave.

O vício do mentiroso é uma vergonha e sou testemunha disso, pois em minha vida já passei por uma situação em que a mentira de uma pessoa foi vergonha tanto para mim, quanto para ela. Por isso, precisamos buscar a verdade.

O autor sagrado, logo após, vem nos falar sobre que o homem de bom senso agrada os poderosos e o sábio se promove com a palavra. Por um tempo fiquei pensando o que poderia significar isso, pois num primeiro momento podemos achar que são coisas ilícitas. Promover a si mesmo pode denotar falta de humildade, enquanto que agradar poderosos pode parecer bajulação.

Logo é explicado que o objetivo de agradar os poderosos é ir em busca de justiça, pois eles possuem as capacidades necessárias para executar essa justiça e fazer o bem necessário.

Também foi explicado qual o objetivo da promoção do sábio. Favores e presentes podem cegar o sábio, amordaçando-o e levando ele a não repreender. O objetivo aqui é executar a sabedoria e falar a verdade, independente dela trazer ou não amigos. O sábio vai se tornando conhecido e procurado, embora também perseguido. Ou seja, o objetivo do sábio se promover é usar o dom da sabedoria que Deus lhe deu para o bem, para fazer o necessário. Isso me faz lembrar de João Batista, que se tornou conhecido e perseguido por conta de sua pregação (cf. Mateus 14, 1-12).

Nem a sabedoria, nem as riquezas, devem ficar ocultas, pois são inúteis se assim estiverem. Tudo aquilo que temos e que não usamos para o nosso bem e o bem da humanidade, não serve para nada. Isso me faz lembrar da parábola dos talentos, onde Jesus nos conta a história de um homem que escondeu seu dom, com medo de não conseguir dar lucro ao seu senhor (cf. Mateus 25, 14-30). Como o escritor sagrado diz, melhor esconder sua loucura do que a própria sabedoria. Porque a loucura causa desconfiança e a sabedoria causa o oposto.

Peçamos a Deus que nos ajude a usar os dons, sejam materiais ou espirituais, que Ele nos deu para fazer o bem, para o amor, para a unidade, para a justiça. Amém.

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