Lectio Diária (Eclo 18,30-19,3): As paixões e o autodomínio


Hoje a Lectio vem falar sobre nossas paixões e sobre autodomínio.

O autor sagrado nos adverte para colocar freios em nossas paixões. Mas eu me pergunto: de que paixões ele fala? Seria o ato humano e natural de se apaixonar por alguém, ou seriam os desejos da carne que fazem o homem ou a mulher perder a cabeça? O texto nos diz que se entregar às paixões é motivo de zombarias por parte dos nossos inimigos.

Logo após o autor esclarece de que se trata essas paixões e prazeres. É o gasto excessivo de dinheiro com coisas materiais e banquetes refinados, ou mesmo com prostitutas. O Senhor nos adverte através do autor que “Vinho e mulheres fazem perder o bom senso” (Eclo 19,2).

De fato, ainda hoje tais coisas acontecem, como se esta escritura tivesse sido criada nos tempo modernos. Muitas pessoas, para se sentir mais felizes, vão para os shoppings comprar roupas, celulares, eletrodomésticos e outras coisas desnecessárias. Tudo pelo simples prazer de comprar. Outros se entregam a mulheres que só olham para o bolso, que querem lucrar e depois pular para outro que tenha mais dinheiro.

E o que falar das bebidas alcoólicas? Eu sou testemunho de tantos bêbados que vi caídos no chão, que vomitam e não sabem nem o que estão fazendo. A escritura nos fala a grande verdade do que álcool excessivo pode fazer conosco: tirar nosso bom senso.

Isso tudo me dá uma moção sobre a paixão: existem dois tipos e são elas a da carne e a do espírito. A paixão da carne é aquela onde sentimos prazer temporário naquilo que fazemos e quando acaba, sempre temos a necessidade de retornar e fazer novamente. É um vício. Já a paixão do espírito é aquela que moveu Jesus a se entregar na cruz e fazer a vontade do Pai, contrariando a própria vontade. Percebem a diferença? Numa se faz completamente a própria vontade e na outra, a vontade de Deus. Não que Jesus não quisesse fazer a vontade de Deus quando disse, mas sua carne gritava no getsêmani que não o fizesse. No entanto, prevaleceu a vontade de Deus, a paixão do espírito, a paixão de Cristo. Quantas vezes nossa carne não gritou para que não fizéssemos a vontade de Deus? E o que costumamos fazer?

Peçamos a Deus a graça de superar as paixões da carne, que só trazem ruína às nossas vidas e viver plenamente a paixão do espírito, aquela que nos faz mover em direção ao Amado de nossas almas, que é o Senhor.

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