Lectio Diária: Eco 2, 10-14


A palavra de hoje começa com uma sucessão de perguntas que nos provocam a pensar sobre a ação magnífica e amorosa de Deus em nossas vidas. Eu mesmo sou testemunho desses questionamentos. Quem confia em Deus não se ilude, mas encontra a verdade. Quem persevera no temor a Deus, encontra refúgio em Seus braços de Pai, porque nunca será abandonado. Quem clama o nome de Deus, e o chama com sinceridade, o encontra, seja onde for: no quarto, no trabalho, na igreja. O Senhor quer nos encontrar, mas um coração de portas fechadas Ele não entra, pois nos deu liberdade para escolher estar ou não com Ele.

Logo após podemos ver uma resposta do porque Deus sempre quer estar conosco: porque Ele é todo misericordioso, porque Ele é compassivo. A vontade do nosso Pai celestial é nos perdoar de nossas faltas e nos salvar dos nossos pecados. O perdão das nossas faltas nos levam a um estado de confiança. Mas é preciso se arrepender dos nossos erros e buscar o sacramento da confissão, instituído pelo Filho de Deus. Além disso, Sua misericórdia infinita nos impulsiona a nos salvar dos perigos. Quantas vezes não fomos salvos da morte todos os dias? Quantas vezes não fomos salvos das trevas? Eu sou testemunha disso, que enquanto procurei o Senhor, jamais fui abandonado. Sempre fui protegido das ciladas de pessoas com más intenções em seus corações. Mas no dia que procurei o mal, fui abordado por assaltantes, que só não levaram minha vida por misericórdia de Deus, pois eu não tinha nada para lhes dar. Nós também precisamos estar atentos à voz do Espírito Santo. Outra vez que fui abordado por assaltantes só o fui porque não quis ouvir a voz do Espírito Santo me mandando desviar o caminho e ir para a estação de metrô. Deus quer a todo custo nos proteger, mas nós precisamos ouvir a Sua voz e sermos obedientes. Não há proteção maior que a do Senhor e só o temor a Ele que nos proporcionará essa proteção.

O que seria um coração covarde? Segundo o Priberam dicionário, covarde é quem recua ante o medo, quem agride para a traição e quem é tímido. Um coração que recua ante o medo é um coração que, diante do medo do que os outros possam pensar ou mesmo criticar de nossa religião, recua na crença e na confiança em Deus. Um coração que agride para a traição é um coração que depois de alcançada a graça de Deus, volta a caminhar no que é obscuro e nisso ele perde a graça, pois tudo o que Deus nos dá são como velas que podem ser apagadas em duas circunstâncias: se não deixamos que o fogo do Espírito Santo permaneça nela ou se ela chega ao fim, pois nada é para sempre a não ser o Céu. Por fim, o coração tímido é o que se fecha em si mesmo, não fazendo a vontade de Deus em sua vida cotidiana. Quem anda em dubiedade, com o pé no mundo e o outro na igreja, e quem não confia no Senhor não será protegido no momento oportuno.

A paciência é um dom, uma graça, uma bênção. Ser paciente e sofrer as demoras de Deus com dignidade é o que mostra que estamos prontos para receber uma determinada graça que esperamos do nosso Pai. Por isso é preciso viver bem nossas vidas independente do que temos ou ainda não temos. Esperar com sabedoria o tempo oportuno. Na verdade, ter fé é acreditar que Deus fará, mas não no nosso tempo. No fim dos dias, Deus verá o quanto tivemos ou não fé Nele, o quanto acreditamos verdadeiramente que Ele estava conosco. Porque se cremos nisso, nada poderá nos derrubar e, confiantes, caminhamos rumo a graça que já sentimos como nossa.

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