Lectio Diária: Eclo 2, 1-9


Muitos acham que estar em Deus é viver apenas as bonanças das graças de Deus. De fato, Deus nos cumula de muitas graças. Contudo, essas graças não impedem as provações da vida. Na verdade, algumas dessas provações virão exatamente por sermos cristãos. É uma crítica vinda de pessoas de outra religião, argumentações falaciosas para nos derrubar, falas de ódio contra o que acreditamos ou mesmo críticas de pessoas que conhecem nossos pecados e nos condenam. Olham apenas o pecado e não a luta para se desvencilhar do mesmo.

O Senhor nos convida a permanecer Nele no tempo a adversidade, a sermos quem somos, a não nos desviar do caminho. De fato, quem deixa de ser o que apresentou ser às pessoas diante da tribulação, é porque nunca foi, é porque mostrava uma máscara para as pessoas. As vezes nem é porque a pessoa quer, mas porque existe dentro dela uma espécie de falta de aceitação própria, que leva ela a mostrar quem ela não é. Mas o Senhor pede perseverança em Seus caminhos a quem se decide por eles.

O Senhor nos chama a unir-se com Ele. Como vimos nos estudos anteriores, buscar a Deus, o temor de Deus, é viver uma sabedoria, ou seja, inteligência prudente. E a promessa aqui é de que se permanecermos no Senhor, sejamos exaltados no último dia.

Diante da tribulação, diante do que nos acontece de ruim, Deus nos pede para aceitar e ser paciente. Eu me pergunto: será que Deus gosta de ver os seus filhos sofreram para pedir que na tribulação soframos dessa maneira, de boca fechada e sem reclamar?

No entanto, o Senhor mostra através do profeta que o ouro é provado no fogo. Se Deus tem uma missão para você, certamente haverá de existir tribulações para que sejamos moldados, transformados e passemos a ser capazes de viver o projeto que Deus tem para nós. Passar pelo forno da humilhação é uma forma de ser fortificado para que, diante da graça de Deus, consigamos abraçá-la como um adulto, maduro, e não como uma criança.

A confiança em Deus nos trás grande ajuda dos altos Céus. Deus manda os Seus anjos para cumprir missões aqui na terra. Quem confia em Deus, se alegra de prazer, pois sabe que será atendido no tempo oportuno. Mas é preciso continuar no caminho reto e permanecer no caminho de Deus para receber infinitas graças.

O autor sagrado mais uma vez cita o temor de Deus, dizendo que quem teme ao Senhor, ou seja, quem o respeita profundamente, devem confiar em sua misericórdia. Este é um convite sublime, que nos leva a uma graça tremenda: o coração de Deus. Pois é lá onde está toda a misericórdia que acolhe e abraça. Se nos desviarmos deste caminho de Deus, certamente nós cairemos.

Quem confia em Deus, receberá a graça. Simples assim. O autor nos mostra que receberemos a recompensa da confiança em Deus. Quem não confia, fecha o seu coração e mesmo que Deus derrame sua graça, a pessoa não saberia acolhê-la.

Quem confia em Deus, pode ficar tranquilo. Pode encher-se de alegria e esperar Dele todos os benefícios, felicidade eterna e misericórdia. Deus se compadece de um filho que confia Nele. Basta vê-lo quando esteve aqui conosco. Jesus curava a todos quando chegavam nele confiantes de que receberiam a graça, mesmo aqueles que eram pagãos ou de outros povos. E se Deus agia assim com os estrangeiros, imagina conosco que somos Dele. Portanto, confiemos e nos alegremos, pois a recompensa está próxima.

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