Mau ou Bom gosto?

Editado em 31/03/2010 às 13:41
É engraçado, de certo modo, essa questão do gosto. Muitas vezes separa pessoas, principalmente quando não temos algo que nos una de uma forma firme e verdadeira. Vendo umas perguntas de uma amiga da minha irmã, que transcrevo logo abaixo, resolvi escrever essa postagem, respondendo-as. Ela é a seguinte:
Se o mau gosto é devido a não aceitação das obras novas, isso significa que o mau gosto é uma espécie de viseira da arte, ou seja, quando o indivíduo não se expande em sentido cultural? Se o gosto vem do conhecimento que temos de outras obras, significa que o gosto não é natural do ser humano? Ele produz o seu gosto? O gosto depende da opinião, ou seja, daquilo que se acha belo?
Primeiramente, porque gostamos?
Isso vem de nossa natureza. Quando uma criança vê um brinquedo que a interessa muito, acontece de ela pedir e fazer de tudo para conseguir. Uso o exemplo da criança exatamente por ela ter essa essência, essa pureza.

Segundo, de onde vem isso?
Tudo isso nasce de nossas necessidades, começando pelas básicas. O recém-nascido começa a chorar quado sente fome e, a medida que ele vai crescendo e retendo as coisas da vida, tanto boas como más, ele cria novas precisões, além das básicas. Já antes da adolescência, a personalidade é formada e reflete aquilo que essa pessoa será. Calma, ela não está totalmente formada. Costumo dizer que mesmo que eu tivesse 100 anos, ainda não saberia de tudo, ainda não seria totalmente formado.

Respondendo as perguntas:
Se o mau gosto é devido a não aceitação das obras novas, isso significa que o mau gosto é uma espécie de viseira da arte, ou seja, quando o indivíduo não se expande em sentido cultural?

Não é exatamente assim. Nem sempre a "obra nova" é indício de verdade. E quando ela não o é, como que pode ser aceita por "bons gostos"?

Outra coisa importante que quero ressaltar é que, veja bem, a idéia de "bom" ou "mau" gosto nasce dos nossos preconceitos, dos "gostos" que já adquirimos. Ai você me pergunta: o que o preconceito tem a ver com isso? Tudo! O preconceito, explicando de uma forma simplificada, é quando criamos um conceito sobre algo de forma pré-definida, antes de conhecer e/ou de entender.

Se procurássemos entender as coisas primeiro, jogando dentro do que é a verdade, não a absoluta, mas aquela que Deus nos deu, com certeza não existiria "mal gosto", quer dizer, "mau gosto". Fiz esse trocadilho de propósito, pois se uma coisa vem do que é bem, não vejo porque ela não seja boa.

Agora, é muito importante ter esse discernimento do que é certo ou errado, para ai sim entender o que é bom e mau gosto.
Se o gosto vem do conhecimento que temos de outras obras, significa que o gosto não é natural do ser humano? Ele produz o seu gosto? O gosto depende da opinião, ou seja, daquilo que se acha belo?
Creio que já tenha respondido essa questão no decorrer do texto, mas quero ressaltar aquilo que citei na parte em que a primeira questão foi respondida: não se pode ter nem saber o que é o bom gosto, ou o mau, sem ter um discernimento do que é bem ou mal, do que é certo ou errado.

O gosto depende mais da idéia de certo e errado que uma pessoa tenha. Caso essas idéias estejam desconcertadas dentro do mecanismo de suas mentes, logo ela vai sim ter um mau gosto (me refiro aqui, também, ao preconceito). Caso contrário, ela terá um bom conceito e entendimento das coisas, assim, um bom gosto.

Conclusão
Lembro-me do ditado que dizia que "De gosto não se discute", e é exatamente nessa linha que devemos caminhar. Muitas vezes nossos corações estão endurecidos para a verdade e não aceitamos o que o próximo tem a nos dizer de certo, de bom. Além do mais, sei que o contrário também acontece, de vierem até nós com coisas erradas e enganosas. Por isso fica difícil falar de tal assunto.

Daí recorro ao Livro da Vida, retirando os seguintes trechos para reflexão:
Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisa modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos. (Romanos 12,16)

Mas, se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. (São Tiago 3,14)

Não vos prendais ao mesmo jugo com os infiéis. Que união pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunidade entre a luz e as trevas? (II Coríntios 6,14)

Ele <<Jesus>> morreu por nós, a fim de que nós, quer em estado de vigília, quer de sono, vivamos em união com ele. (I Tessalonicenses 5,10)

Que ninguém, a pretexto de humildade e culto aos anjos, vos impeça de alcançar a vitória. Tais pessoas baseiam-se em pretensas visões, deixando-se ingenuamente inchar de orgulho por sua mente carnal; e rejeitam a cabeça, Cristo, em virtude do qual o corpo todo é provido e bem unido, com articulações e ligamentos, e cresce como Deus o faz crescer. (Colossenses 2, 18s)
Podem ter certeza, os conflitos somem quando se temos a um só Deus, a um só salvador, nosso mestre e senhor Jesus Cristo, que nos uniu em uma só igreja e família.
Amém.

Qualquer dúvida ou sugestão é só enviar um comentário.
Obrigado pela visita, e Deus os abençoe.

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